sábado, 26 de novembro de 2011

Marcha contra violência doméstica levou dezenas de mulheres às ruas de São Filipe

Dezenas de mulheres percorreram esta manhã as principais artérias da cidade de São Filipe numa marcha cívica, com o objectivo de chamar a atenção de todos sobre a violência baseada no género (VBG).

Marcha contra violência doméstica levou dezenas de mulheres às ruas de São Filipe

A marcha foi organizada pela Comissão Regional de Parceiros do Fogo (CRP), em parceria com o Gabinete de Aconselhamento às Vítimas de Violência Doméstica, “VidAtiva”, em comemoração do dia Internacional pela Erradicação da Violência Contra as Mulheres, que se assinalou ontem, 25 de Novembro.

As participantes desfilaram ao som da música, divulgando mensagens como: “quem bate numa mulher machuca uma família inteira”; “quando maltrata uma mulher deixa de ser homem”.

Após a marcha as participantes assistiram a uma palestra sobre o tema orientada pelo chefe da Esquadra Policial de São Filipe, Justiniano Moreno

Fonte: ASEMANAONLINE

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Gabinete VIDATIVA realiza actividades comemorativas ao 25 de Novembro

Programa

Comemoração do Dia Internacional Pela Irradiação da Violência Contra a Mulher 25 de Novembro

Data: Dia 26-11-2011 (Sábado)

08H00 - Concentração dos Participantes – Frente da ONG- VIDATIVA.

09H00 – Marcha

11H00 – Abertura – Presidente da CRP – ENG° Arlindo Brandão.

11H30 – Teatro – Aluno do Curso de DSC- CESP.

12H00 – Palestra – Dr. Justiniano Moreno.

13H30 – Encerramento - Presidente da CRP – ENG° Arlindo Brandão.

ICIEG realiza durante dois dias a V Reunião Nacional da Rede Sol

O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) realiza hoje e amanhã, 21 e 22 de Novembro a V Reunião Nacional das Redes de Atendimento às Vítimas de Violência Baseada no Género (Rede Sol) no Centro Paroquial da cidade de Assomada.

Este encontro nacional a ser realizado durante dois dias vai servir de espaço para se decidir os futuros caminhos da rede, avaliar os desempenhos, articular e partilhar as boas práticas, bem como, decidir novas estratégias e consolidar novas perspectivas.
A Rede Sol funciona desde 2004 e está instalado em 8 concelhos do país. Trabalha em prol do apoio e atendimento a vítimas de Violência Baseada no Género (VBG), presta apoio psicológico, jurídico, social, médico e policial de forma gratuita a todos e todas que procuram os seus serviços.

De referir que o encontro vai ser direccionado a membros da Rede Sol, Polícia Nacional, ONG’s, instituições da Saúde e da Justiça, entre outros. A abertura será feita pelo presidente da Câmara de Santa Catarina às 9 horas (dia21) e o encerramento estará a cargo da Ministra-adjunta e da Saúde no dia 22.

Fonte: www.icieg.cv

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Don Wright doa uma viatura à Battered Women of Cape Verde Island

O empresário americano de origm cabo-verdiana, dono de uma rede de 17 restaurantes Fast Food, da conhecida cadeia de Mc Donald's, doou uma viatura à Battered Women of Cape Verde Island, destinada ao gabinete VIDATIVA, gabinete de atendimento às vítimas de violência doméstica na ilha do Fogo.



A viatura já se encontra na cidade de S. Filipe e ao serviço do gabinete.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Empoderamento económico e violência são os maiores desafios das mulheres cabo-verdianas

21-3-2011

No âmbito do Dia Internacional da Mulher, assinalado no passado dia 8 de Março, o Expresso das Ilhas foi falar com a mais antiga associação cabo-verdiana de promoção feminina, a OMCV. De acordo com a presidente da organização, apesar dos inúmeros avanços em termos laborais e sociais, a questão do empoderamento económico é um dos grandes desafios das mulheres cabo-verdianas. Além disso, devido ao importante papel da mulher na sociedade cabo-verdiana, Idalina Freire acredita que trabalhando com as famílias será possível reduzir a violência no país.

Expresso das Ilhas - Em Cabo Verde, o mês de Março é o mês da mulher. Além do 8 de Março, assinalamos também o Dia da Mulher Cabo-verdiana a 27 de Março. Este ano, como é que a OMCV vai comemorar essas datas?
Idalina Freire - Normalmente elaboramos um vasto plano de actividades, que engloba todo o mês de Março. Este ano, particularmente, vamos comemorar todo o ano, porque a OMCV vai comemorar 30 anos de existência. Para o dia 8 especificamente, apoiamos várias iniciativas. Em São Vicente um grupo carnavalesco desfilou em homenagem à OMCV, e em Santo Antão, na Ribeira Grande, há um grupo desfilou em comemoração ao Dia da Mulher Cabo-verdiana. A nível das delegações dos concelhos, há várias iniciativas que vamos apoiar. Já para o dia 27, queremos realizar um acto central único. Ainda não definimos se será uma gala na Assembleia ou um jantar. Há algumas instituições que já mostraram interesse em fazer parcerias. Neste momento, estamos a finalizar o nosso plano. Queremos ainda, no quadro de Março, fazer a apresentação pública do projecto de reconstrução do centro da OMCV em Santa Catarina. Queremos fazer o mesmo na Boa Vista, onde o espaço está muito degradado.

Vamos falar sobre a situação da mulher em Cabo Verde. A questão da participação política tem sido muito debatida. Que avaliação faz da evolução da sociedade cabo-verdiana neste aspecto?
No contexto político, ainda temos muito que trabalhar, porque a política ainda é dominada pelos homens. Temos de continuar a trabalhar, no sentido de incentivar as mulheres a participar, e de incentivar os homens a abrir espaço para a mulher. Acabamos de ter um governo com paridade no género, o que é positivo, mas ainda temos muitas lacunas em relação ao parlamento, onde a representatividade feminina é muito baixa. Quando se fala dos órgãos do poder local, também há uma representatividade muito fraca da mulher, e temos apenas duas mulheres como presidentes de Câmara.

A nível laboral, em termos de salários, ainda há muita disparidade entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções?
Neste aspecto, eu considero que nota-se alguma maturidade dos empregadores. Hoje, no que se refere ao Estado, já não se verificam situações em que um homem e uma mulher desempenhando as mesmas funções têm salários diferentes. No entanto, quando se analisam as camadas mais desfavorecidas da sociedade, com uma população semi-analfabeta, pouco escolarizada, e com empregos designados de "bicos", ainda encontramos essa diferenciação salarial. Aí a abordagem é mais complexa, porque nem o emprego nem o empregador são fixos. Neste sentido, temos usado essa metodologia do GOIP (Gabinete de Orientação e Inserção Profissional), que é aproximar empregadoras e empregadas, em sessões visando o auto-conhecimento.

Em relação à questão do assédio no contexto laboral e não só, que avaliação faz da situação em Cabo Verde?
O assédio normalmente acontece em espaços fechados, e quem assedia procura formas subtis de o fazer. Neste sentido, o tema ainda é muito pouco falado. Nós, através do GOIP, conseguimos, com outros parceiros, elaborar um projecto, uma outra componente, em que temos divulgado os aspectos ligados ao assédio sexual e trabalhamos em sessões de grupo. O assédio existe, sobretudo porque temos uma sociedade muito machista, somos ainda um país pobre e com dificuldades. Assim, facilmente se pode entrar nesta teia. Por enquanto, é preciso trazer o tema para a discussão pública, pois ainda é um tabu. Mas sabemos que a penetração nestes aspectos não é fácil.

A questão da maternidade é específica da condição feminina. Neste momento, a licença de maternidade está fixada em dois meses a partir do parto. Além disso, a mulher tem direito a uma dispensa para amamentação de 45 minutos em cada período de trabalho Acha que é suficiente?
Suficiente não é. Pelo menos já conseguimos conseguir dois meses de licença, e temos essa prerrogativa de amamentação de uma hora por turno. Mas sabemos que não é suficiente. Um bebé de dois meses ainda é muito frágil. Mesmo existindo em Cabo Verde uma forte solidariedade familiar, sabemos que a sociedade está a evoluir. A disponibilidade dos familiares para se ocuparem dos nossos filhos é cada vez menor, porque a vida tornou-se diferente.

Qual seria o tempo ideal?
O ideal seria seis meses, mas estou consciente que chegar lá que não será fácil. Se pudéssemos estender aos três meses, já seria bom para a presente conjuntura. Conhecemos as fragilidades do país, e não queremos exigir acima das possibilidades reais de aceitação.

Neste momento, quais são os maiores desafios que se colocam às mulheres cabo-verdianas?
Penso que há dois aspectos muito importantes em que se deve trabalhar. Por um lado, nos últimos tempos, a sociedade cabo-verdiana tem enfrentado situações de muita violência, quer na rua, quer nas escolas, quer na família. Eu acho que nós, organizações da sociedade civil que trabalhamos a parte feminina, temos um papel importante porque é na família que começa a formação da sociedade. Temos um papel muito forte, pois temos uma sociedade em que os dados indicam que 80 % das crianças nascem fora do casamento, e 40% das famílias são chefiadas por mulheres. É preciso trabalhar a família, no contexto que temos em Cabo Verde, porque não se pode viver num país tão pequeno como Cabo Verde com essa onda de violência. Neste contexto, temos o desafio de trabalhar a violência com base no género, a violência na família, fazer sessões de informação sobre aspectos da lei e do exercício da cidadania, e outros temas que consideramos ir ao encontro dessa tarefa. Há que incentivar uma relação mais estreita entre a escola e a sociedade.

Qual seria o outro desafio?
O outro aspecto é a parte económica. Hoje já não se fala muito na questão da emancipação, porque acho que já estamos a ultrapassar essa fase. Agora temos de trabalhar a questão do empoderamento económico da mulher, porque economicamente fragilizada a mulher tem menos força para reivindicar os outros direitos. De modo que essa é uma das nossas apostas. Com acção do GOIP e do micro-crédito, temos tentado encontrar diversas alternativas, no sentido de garantir esse empoderamento.

Para terminar, que mensagem deixaria às mulheres cabo-verdianas no âmbito do 8 de Março, mas também do 27 de Março?
A mulher cabo-verdiana é muito forte e valente, pelo que deve trabalhar com essa convicção, apostar forte e alto, e lutar no sentido de ultrapassar os tabus, os preconceitos e as dificuldades. Cabo Verde está a transformar-se de uma forma rápida, e as mudanças são rapidamente visíveis. Nós, as mulheres, temos de ser capazes de viver e fazer parte dessa mudança. Para isso, temos de ter a convicção firme de que somos capazes e ter, efectivamente, estruturas de apoio.

30 anos de OMCV

Fundada em 1981, a Organização das Mulheres Cabo-verdianas vai comemorar o 30º aniversário. Idalina Freire faz uma avaliação positiva do impacto da organização na vida das mulheres cabo-verdianas. "Em termos históricos, de emancipação e de promoção da mulher em Cabo Verde, a OMCV deixou um legado muito grande. Podemos dizer que somos a base do trabalho de emancipação da mulher cabo-verdiana", afirma. Os trabalhos desenvolvidos pela organização em termos de alfabetização e formação de jovens raparigas são alguns dos motivos indicados para a importância da organização. "A mulher cabo-verdiana avançou muito e hoje está numa posição de bastante equilíbrio", remata.

Fonte: expresso das ilhas on line

21-3-2011, 09:48:19
Ilda Fortes, Redacção Praia

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ICIEG comemora Dia da Erradicação da violência contra a Mulher no Fogo

O Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade (ICIEG) escolheu este ano, a ilha do Fogo, para comemorar o dia 25 de Novembro - Dia Internacional da Erradicação da Violência contra a mulher.

Segundo dados das Nações Unidas revelam que uma em cada três mulheres no mundo já foi espancada, coagida sexualmente ou vítima de algum tipo de abuso.

Em Cabo Verde, de acordo o IDSR (2005), feito pelo INE, cerca de 22% das mulheres em idade compreendida entre 15-49 anos inqueridas afirmaram serem vítimas de VBG. Os índices mais elevados verificam-se na ilha do Fogo com 34%, seguido de Santiago com 27%, o e Sal 25% e o menor índice encontra-se na ilha de S. Vicente. O maior índice de incidência da violência se dá entre as mulheres divorciadas ou separadas, com 37%. Entre as unidas é de 25% e entre as casadas de 16%.

Assim, para assinalar este ano o Dia Internacional da Erradicação da Violência contra a mulher, o lema escolhido foi “Fim da violência contra as mulheres, Nós, todos e todas, devemos nos unir”.

O ICIEG, aproveitando a IV Reunião Nacional das Redes de Atendimento às Vítimas de Violência Baseada no Género, realizada este ano, na Cidade de São Filipe e na qualidade da entidade Coordenadora das Rede de Atendimento à Vítimas de Violência Baseada no Género, resolveu comemorar esta data, com a abertura de mais um Gabinete policial, na Esquadra Policial daquele município.

Neste quatro anos da implementação do Plano Nacional da Violência Baseada no Género (PNVBG) deu-se continuidade à criação e funcionamento de Redes Locais de Apoio às Vitimas de Violência Baseada no Género, estando implementadas em 5 das 9 ilhas habitadas do arquipélago (Santiago, S. Vicente, Fogo, Sal e Santo Antão).

Estas redes garantem às vítimas o apoio jurídico, psicológico, social, policial e médico gratuito. De acordo com os dados disponíveis, desde 2006, foram atendidas pela rede 3.273 mulheres. Do total de atendimentos 19,6% foram realizados em 2007, 27,8% em 2008, 36,9% em 2009, e 15,5% no primeiro trimestre de 2010.

O aumento dos atendimentos mostra que as mulheres estão a consciencializar que a violência baseada no género é um fenómeno de desigualdade e fundamentada em relações desequilibradas de poder por isso procuram apoio para romper com o ciclo e recomeçar.

Paralelamente as redes contabilizam agora sete Gabinetes Policiais Especializados de Atendimento as Vítimas de VBG – dois dos quais na capital do país (cidade da Praia).

Fonte: www,icieg.cv